A imagem não é de um campo de centeio, mas é a única que tenho e que me lembra o clima do sonho. Me dêem um desconto, please. Crédito: Fabiana Baioni |
O sol não ardia e o dourado da plantação me enchia de alegria.
Segui caminhando lentamente, sem rumo, a mente vazia e o coração cheio.
Senti algumas gotas d´água molharem meu rosto e rolou uma leve confusão, afinal, o sol brilha forte e não havia nada em volta, nem nuvens, nem rios, nem nada.
Quando olhei pra frente avistei uma imensa árvore tomando conta da paisagem, como numa miragem dessas de filme.
Ela não estava ali no segundo anterior, posso garantir!
Corri em direção a ela e me sentei sob suas folhas vastas e frondosas.
Chovia ali debaixo. Só debaixo dela e chovia muito mesmo! E de repente, a árvore falou comigo.
Tinha certeza que nesse momento já estava ficando louca, sei lá. Mas não, a árvore realmente falava comigo. Me disse, com uma voz melancólica que estava feliz em me ver por ali, pois se sentia sempre muito sozinha uma vez que nunca ninguém havia sentado sob suas folhas antes.
"As pessoas não gostam de se molhar, sabe? É como se doesse nelas. Mas dói mesmo é em mim".
A árvore era linda, não dá nem pra descrever. Falei isso pra ela, que ela era linda, e a chuva aumentou consideravelmente.
Perguntei a ela porque ela chovia e ela me respondeu, meio que sorrindo, meio que não: "não é chuva não. é tudo lágrima. Eu choro o choro do mundo".